Era um dia muito nublado, daqueles que a escuridão faz imaginar estrelas nas nuvens e que há um silêncio de ouvir as verdades da profundeza da alma.
Ouvia-se a ocasional alegria de um pássaro, e o constante passar do tempo, marcado por engrenagens, que assim como todos, um dia vão parar.
Sentou-se em sua poltrona velha, a mais confortável que conhecia, e se lembrou de como era há 5, há 10 anos. Não se sentia melhor, talvez estivesse até pior. Mas ao se lembrar, mais se sentia como ele mesmo.
Não era um espírito feliz, mas também não era triste, tinha uma melancolia que gostava de sentir como o cheiro de café pela manhã.
As nuvens de outubro moviam-se lentamente e a melancolia ainda sim não era café, levantou-se para esquentar a água e um pouco do coração.
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