domingo, junho 13, 2010

Bem vindo ao meu mundo

Ouvi dizer que cada pessoa é um mundo inteiro. Achei bonito e muito verdadeiro, pois o mundo é justamente isso, o mundo é como ele acontece dentro de nós.

Assim sendo podemos pensar que somos todos alienígenas, seres de outro mundo uns para os outros. Alguns se adaptam confortavelmente e são bem vindos em nossos mundos, outros nem tanto, outros nem chegam a se aproximar por medo.

Somos mundos separados por corpos, idéias, vontades e atitudes. Mas de certa forma pertencemos ao mesmo sistema, estamos girando em busca de algo, sendo atraídos por motivos comuns. Mas por mais juntos que estejamos uns dos outros, continuamos sendo mundos únicos, individuais.

Observamos mundos aparentemente melhores que os nossos com frequência. E assim evoluímos, ou tentamos evoluir. E também entramos em confronto, realizamos uma guerra de mundos com realidades que nos desagradam. E com o tempo criamos nossos exércitos, nossos sistemas de defesa e toda vez que algum extra-terrestre tenta se aproximar colocamos nossas armas em estado de alerta.

E assim continuamos, cada um de nós sendo um mundo inteiro, tentando se proteger e ao mesmo tempo abrigar bons visitantes. Por isso, quem vier, que venha em paz e seja bem vindo enquanto puder ficar.

quarta-feira, junho 09, 2010

O marinheiro

Navegava há muito tempo e conhecia muitos portos. Em cada um deles buscava um motivo para se fixar, mas em nenhum encontrava o suficiente e voltava então para o mar, para o vasto oceano.

Em muitos momentos esteve perdido e em muitos momentos esteve só. E sempre que a solidão o torturava, ele voltava novamente para a terra para encontrar sempre mais confusão do que antes em alto mar. Mais solidão do que em meio ao oceano.

Apesar de tudo, não era uma pessoa triste esse senhor marinheiro, pois navegava rodeado de boa companhia, mas ele acreditava que em algum porto alguém lhe esperava, alguém que ainda não conhecia, mas que sabia que quando visse reconheceria imediatamente. Alguém cujo olhar refletisse o brilho de todas as estrelas e do luar.

Ele assim pensava, pois tudo o que precisava era de alguém que o compreendesse mais do que a si mesmo, alguém que o encantasse e surpreendesse, alguém que fosse maior e ao mesmo tempo igual, alguém que lhe servisse de exemplo.

Até hoje ele continua a navegar na esperança de encontrar, enquanto isso aproveita feliz, o sol, o mar e seus companheiros.