quinta-feira, outubro 07, 2010

Surpreenda-se

Há tempo não escrevia com uma vontade real. Isso significa que não estou em paz, ou melhor, significa que estou em crise. Estou vendo o mundo como um desfiladeiro, paredes me impedem de ver a imensidão ao redor. Vejo apenas um caminho, que continuo a seguir sem saber ao certo onde vai dar. Sinto falta do novo, do surpreendente, do encantador... sinto falta de ser melhor.

O que fazer, o que fazer? Como ser uma pessoa mais interessante? Interessante seria aquilo que é diferente, aquilo que é novo? Mas o novo se esvai rapidamente se não for algo que sirva constantemente. Interessante então é aquilo que encanta e pode ser útil.

Busco ser surpreendido, busco surpreender. Quero o novo e encantador? Onde estão vocês?
Estou a procura...

domingo, junho 13, 2010

Bem vindo ao meu mundo

Ouvi dizer que cada pessoa é um mundo inteiro. Achei bonito e muito verdadeiro, pois o mundo é justamente isso, o mundo é como ele acontece dentro de nós.

Assim sendo podemos pensar que somos todos alienígenas, seres de outro mundo uns para os outros. Alguns se adaptam confortavelmente e são bem vindos em nossos mundos, outros nem tanto, outros nem chegam a se aproximar por medo.

Somos mundos separados por corpos, idéias, vontades e atitudes. Mas de certa forma pertencemos ao mesmo sistema, estamos girando em busca de algo, sendo atraídos por motivos comuns. Mas por mais juntos que estejamos uns dos outros, continuamos sendo mundos únicos, individuais.

Observamos mundos aparentemente melhores que os nossos com frequência. E assim evoluímos, ou tentamos evoluir. E também entramos em confronto, realizamos uma guerra de mundos com realidades que nos desagradam. E com o tempo criamos nossos exércitos, nossos sistemas de defesa e toda vez que algum extra-terrestre tenta se aproximar colocamos nossas armas em estado de alerta.

E assim continuamos, cada um de nós sendo um mundo inteiro, tentando se proteger e ao mesmo tempo abrigar bons visitantes. Por isso, quem vier, que venha em paz e seja bem vindo enquanto puder ficar.

quarta-feira, junho 09, 2010

O marinheiro

Navegava há muito tempo e conhecia muitos portos. Em cada um deles buscava um motivo para se fixar, mas em nenhum encontrava o suficiente e voltava então para o mar, para o vasto oceano.

Em muitos momentos esteve perdido e em muitos momentos esteve só. E sempre que a solidão o torturava, ele voltava novamente para a terra para encontrar sempre mais confusão do que antes em alto mar. Mais solidão do que em meio ao oceano.

Apesar de tudo, não era uma pessoa triste esse senhor marinheiro, pois navegava rodeado de boa companhia, mas ele acreditava que em algum porto alguém lhe esperava, alguém que ainda não conhecia, mas que sabia que quando visse reconheceria imediatamente. Alguém cujo olhar refletisse o brilho de todas as estrelas e do luar.

Ele assim pensava, pois tudo o que precisava era de alguém que o compreendesse mais do que a si mesmo, alguém que o encantasse e surpreendesse, alguém que fosse maior e ao mesmo tempo igual, alguém que lhe servisse de exemplo.

Até hoje ele continua a navegar na esperança de encontrar, enquanto isso aproveita feliz, o sol, o mar e seus companheiros.

quinta-feira, maio 27, 2010

Movido por esperanças

Sou movido por esperanças, vejo imagens de um futuro possível. Futuro que imagino se um dia virá a acontecer.

E se um dia vier a acontecer, ainda não sei o que farei. Talvez eu saiba no momento certo.

Pois o que vejo é uma tempestade se formando no horizonte e na minha frente se movimenta um oceano revolto.

Estou só, sentado, olhando para a imensidão, contemplando minha fraqueza, sem ter como seguir adiante. E cheguei até esse lugar por meio de muito esforço.

Será o fim, um novo começo ou apenas mais um sonho? Não, esse lugar existe e o misterioso momento me aguarda. Um momento em que não serei mais o mesmo.

O que irei fazer, o que acontece depois, ainda não sei. Mas tempestades se formam todos os dias no oceano e inúmeros trapiches sustentam pessoas sobre as águas.

Um dia será minha vez, a minha tempestade cairá, o meu oceano se revoltará, a minha fragilidade se evidenciará e depois... não sei, mas não serei mais o mesmo.

Vejo outras imagens, de futuros, pessoas e lugares possíveis, mas nem todas me movem. Busco aquilo que ainda não tem solução, o que não é obvio, o que pode me surpreender.

A cada dia me entedio mais e me surpreendo menos, mas sou movido por esperanças.

terça-feira, maio 04, 2010

Nossas histórias

“Existe algo que preciso fazer”, era o que dizia uma voz em sua mente. Mas ele nunca soube de fato o que era. Tinha um bom emprego, viajava bastante, estudava com freqüência, doava sangue e sempre dava presentes no dia dos namorados.

Mas ainda sim, não estava plenamente satisfeito, algo faltava. Não que ele ficasse horas pensando sobre isso, ou perdesse o sono. Mas às vezes a voz voltava e dizia: “existe algo que preciso fazer”. Era sua própria voz, algo como um chamado, como se o destino o procurasse.

Em uma noite de céu limpo e tempo frio, voltando para casa, preso em meio ao tráfego, imaginou como seria sua vida se fosse escrita, se fosse a história de algum livro. Nesse mínimo e inusitado instante ele se perguntou:

-Daria uma boa história?

Esqueça...

Poucas coisas me deixam com o pensamento tranquilo, com a alma leve, sem preocupações, como se o tempo não existisse. Uma delas é dirigir enquanto o sol se põe em meio a um céu de nuvens indescritíveis.
Acordar pensando nas obrigações, comer assistindo tv, trabalhar imaginando os próximos trabalhos... Isso nos deixará loucos. Precisamos limpar a mente por alguns momentos, estar abertos a sentir apenas a natureza ao nosso redor. Isso sim é importante.